A Microsoft confirmou publicamente que forneceu serviços avançados de inteligência artificial (IA) e computação em nuvem ao exército israelita durante o conflito em Gaza, incluindo apoio a operações de resgate de reféns. Contudo, a empresa afirma não ter encontrado evidências de que as suas tecnologias tenham sido utilizadas para causar danos a civis palestinianos.
Esta declaração surge na sequência de uma investigação da Associated Press, que revelou um aumento significativo no uso de ferramentas de IA comerciais por parte das forças armadas israelitas após os ataques de 7 de outubro de 2023. Segundo o relatório, o exército israelita utilizou a plataforma Azure para processar e analisar dados de vigilância, integrando-os com sistemas internos de seleção de alvos baseados em IA.
- Microsoft | Editor: Victor Manuel
Em resposta às preocupações levantadas por funcionários e organizações de direitos humanos, a Microsoft iniciou uma auditoria interna e contratou uma empresa externa para uma investigação adicional. Apesar de admitir ter fornecido acesso especial a algumas das suas tecnologias, a empresa assegura que não encontrou provas de uso indevido das suas ferramentas.
A Microsoft sublinha que todos os clientes, incluindo entidades governamentais, estão sujeitos à sua Política de Utilização Aceitável e ao Código de Conduta da IA, que proíbem o uso das tecnologias para causar danos ilegais. No entanto, a empresa reconhece limitações na monitorização do uso das suas ferramentas em servidores de clientes.
Este caso levanta questões sobre o papel das empresas tecnológicas em conflitos armados e a necessidade de maior transparência e responsabilidade no fornecimento de tecnologias sensíveis.
